Simplesmente chocante o que ocorreu no município de São Miguel do Guamá, às margens da rodovia Belém/Brasília. Uma mulher, após dar à luz um bebê do sexo masculino, teria, segundo as autoridades policiais que atenderam a ocorrência, matado a criança e entregue ao pai que a enterrou em uma comunidade distante da casa onde a mulher morava.
Tudo veio à tona depois que Kamila Cristie Ramos de Lima, de 23 anos, deu entrada no Hospital Municipal de São Miguel do Guamá, oriunda da comunidade Santana do Uricuri, com quadro de sangramento vaginal intenso e cólica abdominal, apresentando ainda volume nos seios.
Dois médicos que atenderam a paciente nos exames revelaram que pedaços da placenta e cordão umbilical vieram para fora, no entanto Kamila negava que tivesse concebido uma criança. Algum tempo depois Kamila acabou confessando que estava grávida de oito meses e que realizou o parto em casa, cortou o cordão umbilical com faca e que a criança nascera morta e que era do sexo masculino.
Kamila confessou aos dois médicos que a atenderam que enrolou a criança em uma colcha de cama e que colocou em cima de uma mesa e depois ligou para o pai da criança Washington Maurício Gomes Matos, falando o que tinha acontecido, sendo que o rapaz pegou o corpo da criança e foi enterrar.
A partir desse ponto os médicos fizeram a comunicação ao delegado Ronaldo Lopes, que determinou que os investigadores Océlio Miranda e Paulo Cesar fossem até o hospital. Com a confissão da mulher, eles realizaram diligências e prenderam o coautor do crime, Washington Maurício Gomes Matos, de 32 anos, que foi encontrado em sua residência.
Interrogado, ele confessou que havia enterrado o bebê em um ramal nas proximidades da comunidade de Santana do Uricuri, próximo à comunidade do Curuçazinho. Através de buscas, caçadores encontraram o corpo de uma criança do sexo masculino, que estava enterrada sendo confirmado que seria o filho de Kamila Cristie. Eles conseguiram assim desvendar a morte e ocultação do cadáver.
Washington Maurício Gomes Matos, em depoimento ao delegado Ronaldo Lopes, declarou que teve um envolvimento amoroso com Kamila, antes de morar junto com sua atual companheira e que desse envolvimento nasceu uma filha que agora tem um ano e sete meses.
Porém, os encontros continuaram e há dois meses foi informado que Kamila estava grávida novamente. Disse que, ao questioná-la, ouviu de dela que “da minha vida cuido eu”. Há uma semana Kamila conversou com o amante, pedindo para que fizesse um exame de ultrassonografia e somente no último dia 28 passado recebeu uma ligação de Kamila, que tinha tido um feto, nascido morto e que precisava da ajuda de Washington para enterrar a criança.
Somente no dia seguinte, após receber outra ligação de Kamila, pedindo ajuda, pois estava com medo de que o feto começasse a feder, o mesmo se encontrou com ela na beira do ramal, tendo esta apontado para uma sacola branca e disse: “leva para mim isso dai”.
Washington colocou a sacola na motocicleta e foi para um pequeno povoado, chamado Curuçazinho, entrou no mato com a sacola e usou uma draga para cavar o buraco onde jogou a sacola dentro do buraco colocando terra e folhas por cima do aterro.
A narrativa dos dois chocou até mesmo os policiais civis acostumados a enfrentar o dia a dia de violência. Os dois foram autuados em flagrante por homicídio e ocultação de cadáver, sendo Washington Maurício Gomes Matos encaminhado a um presídio em Americano e Kamila Cristie Ramos de Lima, assim que receber alta médica será levada para o Centro de Recuperação Feminino no Coqueiro.
(Diário do Pará)
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