quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Caso Dorothy Stang: Vitalmiro Bastos de Moura será julgado hoje

Vitalmiro Bastos de Moura é acusado de mandar matar a missionária norte-americana Dorothy Stang em 12 de fevereiro de 2005

19/09/2013 - 08:18 - Pará
Acusado de ser o mandante da morte da missionária norte-americana Dorothy Stang, assassinada em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu, sudoeste do Pará, o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o "Bida" será submetido ao seu quarto júri hoje - o oitavo relacionado ao caso Dorothy. O começo da sessão está marcado para as 8 horas, sob a presidência do juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, no plenário Elzaman Bittencourt, no Fórum Criminal de Belém, localizado na Cidade Velha.

Na última sessão, realizada em 12 de abril de 2010, os jurados condenaram "Bida", mas ele recorreu e conseguiu anular o resultado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. O Conselho de Sentença, hoje, será formado a partir de sorteio de sete integrantes, de uma lista com 25 jurados efetivos que estarão presentes no início da sessão. Caso queiram, promotoria e defesa poderão desistir de até três sorteados cada. O julgamento é aberto à população e também pode ser acompanhado on line, pelo portal do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (www.tjpa.jus.br).


As polícias Civil e Federal, que investigaram o crime, apontaram Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Batista como os autores da execução da freira. Os dois indicaram Amair Feijoli Cunha, o "Tato", como intermediário do assassinato de Dorothy, e disseram que o fazendeiro Vitalmiro e Regivaldo Pereira Galvão, o "Taradão", pagariam pela execução. As investigações apontaram que o crime ocorreu porque os fazendeiros tinham interesse nas terras destinadas ao assentamento de colonos, para implantação do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), coordenado pela missionária.

Promotor de justiça do caso, Edson Augusto de Souza atuará em conjunto com advogados assistentes de acusação, habilitados pela família da vítima. O representante do Ministério Público do Estado do Pará requereu a substituição do delegado da Polícia Federal Ualame Machado pelo também delegado Waldir Freire Cardoso, este da Polícia Civil.

O advogado Arnaldo Lopes de Paula, que atua em defesa de "Bida", requereu, entre as testemunhas, o ex-policial federal Luiz Fernando Raiol, além de Rayfran das Neves Sales e Amair Feijoli da Cunha. Os dois últimos já foram condenados pelo assassinato da freira. O advogado requereu também a inclusão de documentos que usará na defesa do fazendeiro, entre os quais reportagens, além da validação da Ação Cautelar de Justificação, movida pelo ex-policial federal perante a justiça e que conta mais uma versão sobre a morte de Dorothy, inocentando o fazendeiro.

Outro apontado como mandante do crime é "Taradão", acusado de prometer recompensa para quem matasse a freira, que realizava trabalho social e voluntário na região de Anapu. Ele está recorrendo em instância superior da decisão de pronúncia do juiz do 1º grau para ser submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri. Pelo assassinato, foram denunciados Rayfran das Neves Sales, Amair Feijoli da Cunha, Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão.

Fonte: Jornal Amazônia
Foto: Tarso Sarraf (O Liberal)

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