Aproximadamente 600 pessoas ficaram feridas em decorrência da tragédia na boate Kiss, que completa dois anos na terça-feira (27), precisando de atendimento imediato em um dos 15 hospitais designados ao acolhimento imediato das vítimas. No entanto, o número de afetados pela tragédia é muito maior: de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, um total de 1.904 pessoas seguem em tratamento médico em decorrência do incêndio.
Dois anos depois, quase duas mil pessoas foram direcionadas ao Centro de Atendimento às Vítimas de Acidente (Ciava), o Centro Regional de Saúde do Trabalhador (Cerest) e o Acolhe Saúde, que realizaram um total de 8 mil atendimentos apenas no ano passado. São 836 cidadãos que se cadastraram junto ao Sistema Único de Saúde (listagem que inclui as chamadas 'vítimas indiretas' da tragédia), além de 251 trabalhadores que atuaram durante o incêndio e 328 policiais militares. Pelo menos 21 pessoas necessitam de cirurgias reparadoras.
Após a tragédia, imediatamente foi criada uma força-tarefa liderada pelo Ministério da Saúde que permaneceu na cidade até o dia 18 de fevereiro de 2013. Dessa visita resultou o Ciava, que passou a centralizar todos os envolvidos e efetuou a triagem referente às necessidades de atendimento peculiares a cada um dos afetados. Durante a permanência da força-tarefa na cidade foram estabelecidas três fases de atenção: a fase emergencial/hospitalar, a fase ambulatorial e a fase longitudinal. As duas primeiras compreenderam e o socorro e assistência psicossocial imediata e a organização da rede para triagem e agendamento de atendimentos especializados. Já na terceira, que está em curso, são realizados os atendimentos de rescaldo: sem a necessidade de atendimentos de urgência e emergência, os pacientes são acompanhados dentro das suas especificidades.
Pelo Ciava, 241 receberam acompanhamento em pneumologia, 67 delas tratamento de queimaduras, 66 em fonoaudiologia e 43 em fisioterapia. Uma vez verificados casos nunca antes vistos pelos profissionais da área, principalmente no que tange às queimaduras das vias aéreas, foi iniciado um trabalho de pesquisa e qualificação que transformou o Hospital Universitário de Santa Maria, onde funciona o CIAVA, em centro de referência para tratamento de queimados no país. Atualmente, 22 pessoas ainda recebem atendimento contínuo no espaço.
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