A Decradi foi criada em 2006 e concentra todos os crimes com motivação de intolerância. Atualmente, a delegacia cuida de 130 inquéritos. Segundo Margarete, a maioria dos casos é de intolerância contra negros, mas que se tratam de xingamentos. O caso do domingo, no entanto, foi a primeiro em que um grupo de skinheads chegou a agredir negros.
Para tentar evitar ataques de grupos organizados, a delegada afirma que os investigadores monitoram as atividades de 20 gangues, de cerca de 200 membros. Margarete não quis dar detalhes sobre os suspeitos para não atrapalhar as investigações.
– O que posso afirmar é que, hoje, esses grupos recrutam membros por redes sociais, que virou uma forma deles trocarem informações.
O crime
As vitimas do último domingo eram pessoas entre 21 e 34 anos. Elas foram atacadas, por volta de 1h20, por cinco skinheads na altura do número 1.420 da rua Vergueiro, ao lado da estação Paraíso do Metrô. Três das quatro vítimas têm pele parda. Elas sofreram apenas ferimentos leves.
Um dos cinco skinheads que foram presos já havia sido condenado pela Justiça há dez meses por crime de intolerância. O rapaz, de 21 anos, liderou uma gangue acusada de praticar um atentado a bomba durante a Parada Gay de 2009 em São Paulo.
Os suspeitos foram indiciados por tentativa de homicídio, intolerância racial e formação de quadrilha. De acordo com o delegado Ricardo Prezia, eles não quiseram falar nada em depoimento. Prezia explicou que o grupo tem uma espécie de código de conduta em caso de prisão e são fornecem o nome e a idade à polícia.
Perfil
Os suspeitos presos pelo ataque aos negros são jovens. Perfil que parece se repetir entre os agressores. De acordo com Margaret, a maioria dos casos investigados envolve homens, com idades entre 15 e 25 anos, podendo até chegar aos 30 anos. Em grande parte, os autores dos crimes são de classe média, incluindo estudantes universitários.
Entre os crimes mais comuns registrados pela Decradi estão intolerância motivada por diferenças religiosas, racial, orientação sexual e preferências esportivas. Este último tópico, que lida com a intolerância entre torcidas organizadas, foi o que motivou a Polícia Civil a nomear Margarete como uma das gestoras das estratégias de segurança para a Copa do Mundo de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário