Em frente à Prefeitura de Belém, o morador de rua Paulo Gilberto dorme (Foto: Rogério Uchôa)
Boa parte da população da Região Metropolitana de Belém sofre abandonada bem ao lado dos principais órgãos públicos, mas muito longe dos seus benefícios. Problemas crônicos persistem no centro e na periferia. Praças abandonadas servem de moradia para mendigos e a população pena para conseguir atendimento bem perto dos locais onde trabalham o prefeito, deputados, secretários e vereadores.
Na Praça Dom Pedro II, um exemplo do abandono público bem ao lado da Prefeitura de Belém, Assembleia Legislativa e Ministério Público, no centro da cidade, o DIÁRIO flagrou muito lixo e mendigos lavando roupa nos lagos artificiais de chafarizes que já nem existem mais.Poucos se arriscam a um passeio pelo interior da praça, onde a população de moradores de rua de toda categoria prolifera em meio a muita sujeira que os urubus do Ver-o-Peso se encarregam de renovar todos os dias, sem que ninguém do poder público faça alguma coisa.
Deitado num pedaço de papelão, debaixo de uma mangueira, bem na frente da Prefeitura, o morador de rua Paulo Gilberto Guedes da Cruz, 48, conta que há seis anos chegou a Belém vindo de Breves, com a intenção de conseguir um emprego de pedreiro e acabou no abandono das ruas.
O fato de estar tão perto dos poderes constituídos do município e do Estado não adianta muita coisa. Ele nunca foi abordado por um funcionário da prefeitura com a intenção de ajudar, só pelos guardas para expulsa-lo de lá.“Os políticos não ajudam ninguém, só querem o voto. Na campanha sobem até em pontes, mas depois de se elegerem não estão nem aí, prefiro pedir dos humildes do que deles”, desabafa o mendigo. Já o engraxate Raimundo Américo do Nascimento, 70, veio de Bragança e mora há 42 anos na praça. A única coisa que recebeu de ajuda foi uma cadeira de ferro que a prefeitura disponibilizou para ele trabalhar. Com direito a uma aposentadoria de um salário mínimo, ele aguarda o apoio de alguém para sair da rua. Diário do Pará.
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