sexta-feira, 4 de abril de 2014

Norte tem maior taxa de mortalidade infantil do país

Estudo da Fundação Abrinq - Save The Children mostra que 15,9% das crianças da região morrem antes do 1º ano


Por: Karla Soares (ORM News)
A região Norte tem a maior taxa de mortalidade infantil no país. A cada 1 mil nascidos vivos, morrem 15,9%, de acordo com o Cenário Brasil, uma publicação da Fundação Abrinq - Save The Children, divulgada este mês.
O estudo traz os principais indicadores da infância no país e mostra que apesar de o país ter atingido a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) para a redução da mortalidade infantil, as diferenças regionais no acesso à saúde pública são fator decisivo para colocar o Norte no fim do ranking da pesquisa.
O Norte é seguido do Nordeste, com taxa de 15% de mortalidade. A administradora executiva da fundação, Heloisa Helena Oliveira, explica que a falta de deficiência no trato da gravidez das mulheres que procuram o serviço público de saúde é o principal fator de mortalidade. Somado a isso estão o pré-natal inadequado e o cuidado insuficiente após o parto. 'Falta cuidado com a mãe na gravidez. Onde o serviço de saúde é mais deficitário no atendimento a mães, é onde o índice de mortalidade infantil fica mais alto', explica
Uma das conclusões do estudo é que as principais causas da morte de recém-nascidos são evitáveis. 'São crianças que estão morrendo sem necessidade', diz.  Além do Pará, os Estados do Amapá, Piauí, Bahia e Sergipe completam a lista de pior taxa de mortalidade do país. Para a Fundação Abrinq, o desempenho das regiões Norte e Nordeste mostra que a existência de um indicador nacional para medir a taxa de mortalidade não é o suficiente, já que há muita disparidade entre as regiões no acesso à saúde pública.
As regiões Sul e Sudeste tiveram melhor desempenho, com 11,5% e 12,3% a cada 1 mil nascimentos, respectivamente. O dado evidencia o maior acesso à saúde nessas regiões na comparação com Norte e Nordeste. Essa diferença também é sentida na taxa de mortalidade materna e no número de adolescentes grávidas. A cada 100 mil nascimentos, a região Norte registra 196 mortes maternas. Já o percentual de mães adolescentes entre 10 e 19 anos é de 26,49%.
A representante da Abrinq diz também esses indicadores seriam diferentes se os serviços de saúde fossem melhor aparelhados. 'As mães que mais sofrem são as dependentes do sistema de saúde pública', diz. Heloisa ressalta ainda que o nível de educação das mães também influencia a composição dos indicadores. 'Quando a mãe tem um nível privilegiado, ela sabe de seus direitos e procura por eles', continua.
Segundo a executiva, a população tem o dever de cobrar dos governantes por melhorias no sistema de saúde e educação para a consequente melhoria dos indicadores de mortalidade infantil e materna.

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