Depois de duas horas de passeata pacífica, o protesto do Movimento Passe Livre (MPL) em comemoração ao aniversário de um ano da revogação do aumento de 20 centavos nas passagens do transporte público paulista, começou a ter quebra-quebra na noite de ontem (19). Segundo a Polícia Militar, cerca de 1.300 pessoas participaram do ato e, embora a maioria pedisse a continuidade do movimento sem vandalismo, alguns black blocs atacaram agências bancárias na Avenida Rebouças e picharam muros. Também chegaram a destruir vidraças de uma concessionária de veículos. Todos os carros foram depredados, sendo um deles avaliado em mais de R$ 600 mil.
Por volta das 19 horas, os manifestantes chegaram à Marginal Pinheiros, fecharam as pista no sentido Rodovia Castelo Branco, penduraram bandeirinha de festa junina e fizeram um churrasco. O fechamento da via causou engarrafamento.
Os membros do MPL pediam para que os black blocs parassem com o quebra-quebra. Chegou a ocorrer uma discussão acalorada entre mascarados e universitários no meio da manifestação. A Polícia Militar acompanhou toda a passeata somente de helicóptero. Não havia PMs no chão durante todo o trajeto. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) também não esteve no local. Ao chegarem na Rebouças, um grupo de encapuzados se encarregou de arrastar cones que estavam por ali para fechar o fluxo de carros da via.
Alguns metros adiante, na esquina da Oscar Freire com a Rebouças, dois mascarados quebraram o vidro traseiro de um carro da ‘TV Gazeta’. Foi o primeiro ato de violência do protesto. Acuados pelos gritos dos outros manifestantes, que pediam para que não quebrassem o veículo, os dois black blocs desistiram de continuar naquele momento.
Segundo Mariana Toledo, uma das representantes do MPL, o protesto está sendo promovido por três motivos. O primeiro é o aniversário da revogação do aumento da tarifa. Depois, diz ela, para “relembrar que transporte público tem que ter tarifa zero”. E, por último, para pedir a readmissão dos funcionários demitidos pelo metrô de São Paulo durante a greve dos trabalhadores.
— Também queremos ser um contraponto à Copa do Mundo, que restringiu a participação popular no evento, proibindo manifestações e ambulantes. Então, vamos fazer uma festa na Marginal Pinheiros na qual todos são bem vindos — acrescentou a jovem.
Ela disse ainda que o trajeto do protesto é público e foi enviado à Polícia Militar. Além do churrasco, o MPL montou brinquedos nos quais os participantes tentaram acertar bolas na boca do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do prefeito, Fernando Haddad, e do secretário de Segurança Pública, Fernado Grella Vieira, em uma alusão à brincadeira ‘boca do palhaço’.
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