A Polícia Civil do Pará apresentou, nesta terça-feira, 3, na sede da Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicas (DPRCT), em Belém, o preso Luís Mesquita Souza, 43 anos, de apelido “Caixa”. Ele foi transferido, ontem, do Estado do Piauí, onde foi preso, ao Pará, para responder criminalmente pelo envolvimento em uma organização criminosa envolvida em clonagem de cartões magnéticos e desvio de valores de contas bancárias. Cearense, natural de Fortaleza, Luís Mesquita foi preso, em 26 de fevereiro deste ano, por policiais civis do Piauí, em apoio à equipe da DPRCT. Na ocasião em que foi preso, ele fugia do Pará em um ônibus interestadual com destino à Teresina. Todo o material apreendido com o acusado também foi apresentado em Belém, entre o equipamento conhecido como “chupa-cabras”, diversos cartões eletrônicos, entre outros objetos. Os presos irão responder pelos crimes de furto, associação criminosa e falsificação de documento particular.
Outros dois comparsas de Luís Mesquita Souza, presos em 25 de fevereiro em Belém, permanecem recolhidos à disposição da Justiça. Conforme o delegado, cerca de 100 cartões foram clonados pelo grupo no Pará. Do total, em torno de 30 foram usados pelos criminosos.
Samuelson Igaki orienta às pessoas para que tomem cuidado ao passar o cartão eletrônico na máquina leitora de cartões, do tipo POS. “Jamais deixe seu cartão sair do alcance de sua visão”, alerta. Outra dica é jamais confirmar ou fornecer dados pessoais, como senha ou número de cartão, por telefone. “Telefone para sua agência ou procure pessoalmente o gerente para tirar qualquer dúvida”, salienta.
Ao ser preso, Luís portava cerca de 240 cartões bancários clonados, R$ 83 mil em dinheiro, obtidos por meio de saques fraudulentos, e o equipamento “ATM Card Skimming”, o “chupa-cabras”, usado para copiar dados de cartões magnéticos de clientes bancários. Luís é comparsa de Alef Luís Sousa de Oliveira, 20 anos, e Fabrício Leite de Sousa, 27, presos em uma agência bancária no centro de Belém no momento em que faziam saques fraudulentos.
Na época em que os dois foram presos, o delegado Samuelson Igaki apresentou detalhes da operação denominada de “Android III”. Ao todo, R$ 99 mil foram sacados de forma indevida em uma única tarde, de 25 de fevereiro, uma terça-feira. As vítimas foram correntistas de uma agência bancária de Marabá, sudeste paraense. O grupo é oriundo do Estado do Ceará e mora no Distrito Federal. Os três chegaram a Belém, vindos de Brasília, em 24 de fevereiro. Antes de seguir à capital paraense, eles estiveram em Marabá, onde clonaram dezenas de cartões bancários de correntistas do banco, usando o “chupa-cabras”.
O equipamento é composto de notebook, microcâmeras e um mecanismo que copia os dados de cartões e filma a digitação das senhas dos cartões de clientes, em caixas de autoatendimento. Em depoimento, Alef revelou ter comprado o equipamento por R$ 3 mil em uma feira popular, na capital federal. Com as informações bancárias de clientes, os criminosos usaram cartões virgens alimentados com os dados dos cartões clonados. Assim, eles passaram a fazer saques, transferências e compras em Belém usados os dados dos clientes marabaenses. Alef de Oliveira já foi preso em Belém por outras três vezes pela DPRCT. Fabrício já tem outras duas passagens pela Polícia Civil.
Alef e Fabrício foram abordados e presos em flagrante logo após efetuarem saques ilegais no local. Com eles, foram apreendidos cerca de R$ 7 mil em dinheiro e um cartão clonado. Os dois foram levados para a DPRCT, onde confessaram a prática do crime em depoimento e informaram ao delegado que um terceiro comparsa teria ficado com quase todos os cartões clonados e com a maior parte do dinheiro sacado de forma ilegal, que estava dentro de uma mochila. O comparsa era Luís Mesquita Souza. "Eles aplicam fraudes tecnológicas em diversos Estados do Brasil para obter milhares de reais em detrimento das vítimas e assim acabam por manter uma vida luxuosa com o produto do crime", salientou.
Ainda, no mesmo dia, os policiais civis seguiram até Castanhal, de onde, segundo informações, o terceiro integrante poderia fugir, pelo Terminal Rodoviário da cidade. Os policiais civis confirmaram que Luís esteve hospedado em um hotel, na BR-316, e que havia saído em viagem de ônibus interestadual com destino a Teresina. Como a chegada era prevista para as 23 horas – e, portanto, não haveria tempo de os policiais se deslocarem para prender o acusado na chegada à capital piauiense –, o delegado manteve contato com policiais civis do Piauí, para pedir apoio no sentido de prender o fugitivo. Três equipes interceptaram o coletivo na rodovia, à altura do Piauí, e, durante a revista aos passageiros, identificaram e prenderam Luís Souza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário