quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Caso Joaquim: padrasto será ouvido nesta quarta-feira

Mãe do menino disse, pela 1ª vez, acreditar que marido tenha matado filho

27/11/2013 - 10:00 - Brasil
O padrasto do menino Joaquim, o técnico em TI Guilherme Longo, já está em Ribeirão Preto (SP) para prestar um novo depoimento à polícia. Longo deixou a Delegacia Seccional de Barretos (SP) no final da madrugada e chegou à Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão por volta de 7h30. Este é o primeiro depoimento formal dele após a reconstituição do desaparecimento do garoto, que aconteceu na última sexta-feira (22).


No sábado (23), o delegado que chefia a investigação do caso, Paulo Henrique Martins de Castro, esteve na Seccional de Barretos e se encontrou informalmente com o padrasto de Joaquim. Nesta quarta, Castro espera confrontar o depoimento de Longo com as declarações de Natália Ponte, mulher dele e mãe de Joaquim, também presa por suspeita de envolvimento no caso. No último dia 18, Natália afirmou pela primeira vez à polícia que acredita que Longo possa ter matado Joaquim. A declaração, segundo o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, pode ajudar a polícia a elucidar o caso.

A expectativa era que Longo fosse ouvido pela polícia na terça-feira (26), mas o delegado cancelou a diligência no final da tarde, sem informar o motivo da suspensão. O padrasto de Joaquim está preso há 16 dias, desde que o corpo da criança foi encontrado boiando no Rio Pardo. Ele alega inocência. O advogado dele aguarda a decisão sobre um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Investigação

Nesta quinta-feira (28), o delegado deve colher o depoimento dos primeiros policiais militares que estiveram na casa da família de Joaquim, após a PM ter sido informada sobre sumiço do garoto. Na mesma data, um bombeiro que realizou as primeiras buscas pelo corpo da criança, também será ouvido.

Até o fim da semana, Castro espera receber o resultado dos testes toxicológicos feitos nos órgãos e no sangue da criança. O exame foi solicitado porque o laudo inicial apontou que as únicas lesões encontradas na pele foram em decorrência dos dias em que o corpo foi arrastado pelo rio. Além disso, não foi encontrada água nos pulmões de Joaquim, o que indica que não houve morte por afogamento.

O delegado aguarda ainda o relatório completo das ligações telefônicas recebidas e efetuadas pela mãe e pelo padrasto de Joaquim, e por outros dois familiares próximos ao casal. As bilhetagens devem ser entregues ainda esta semana. Castro também solicitou a quebra do sigilo telefônico de outras linhas, mas ainda não recebeu a decisão da Justiça sobre o pedido.

A Polícia Civil e o Ministério Público também encaminharam à Justiça um pedido pela realização de uma pesquisa que permite, pelo rastreamento de telefones celulares, identificar a localização exata de Guilherme Longo e Natália Ponte na madrugada em que Joaquim morreu. Os dados serão confrontados com a relação de ligações obtidas pela quebra do sigilo telefônico da família e com os depoimentos do padrasto.

Uma gravação feita pela Polícia Militar na manhã de 5 de novembro, data do desaparecimento do menino, também pode ser importante para elucidar o caso. O áudio traz os questionamentos de Natália ao companheiro sobre o paradeiro da criança.

O caso

Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu de dentro de casa, em Ribeirão Preto (SP), na madrugada de 5 de novembro. O corpo foi encontrado cinco dias depois, boiando no Rio Pardo, em Barretos (SP). Ele foi enterrado na segunda-feira (11), em São Joaquim da Barra (SP), cidade natal da mãe.
A polícia suspeita que Joaquim, que era diabético, tenha recebido uma alta dosagem de insulina, e que teria o levado à morte. O promotor que acompanha o caso afirmou que a polícia e o Ministério Público continuam trabalhando com "a linha de que o assassino estava dentro da casa". Segundo o Instituto Médico Legal (IML), porém, não é possível determinar a causa da morte da criança.

Fonte: G1 Ribeirão Preto
Foto: Maurício Glauco/EPTV

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