quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Escolas que ficaram de fora da lista do Enem 2012 se queixam com MEC

Colégios que tradicionalmente se saem bem no exame, como Santo Inácio, do Rio, e Objetivo, de SP, não estão na nova relação

27/11/2013 - 09:00 - Educação

Rio-
Enquanto colégios tradicionais como Santo Agostinho e Andrews voltaram ao ranking das dez escolas do estado do Rio mais bem colocadas no Enem, este ano foi sentida a ausência do Santo Inácio, que não consta da lista de notas divulgadas pelo Inep. A escola informou que vai pedir esclarecimentos e correção ao órgão do MEC alegando que a maioria dos alunos do 3º ano fez o exame de 2012.

Outros colégios tradicionais do Rio, como o Instituto GayLussac, de Niterói, também reclamaram que não receberam a nota. A rede pH, que tem uma de suas filiais na 15ª colocação, informou que faltam as notas de quatro unidades na lista do Inep. Já o colégio de A a Z reclama a ausência da unidade de Botafogo.
- No site do Inep, aparecemos apenas com o Colégio de A a Z da Barra. A unidade Botafogo não está na lista. Como houve aquele erro ano passado, nós fizemos um levantamento prévio e temos cópia dos boletins de quase todos os alunos que fizeram a prova. A presença foi de quase 100%. Não faria sentido estarmos fora. Mais uma vez, um absurdo. Vou verificar agora o nosso cadastro no censo escolar para entrar com recurso - critica o diretor da rede de A a Z, Bruno Rabin.

Em São Paulo, o Objetivo Integrado, que em 2011 tivera a maior média do Brasil, criticou o Inep e garantiu que as notas de seus alunos colocariam a instituição novamente no topo. Escolas como a Ari de Sá Cavalcante, no Ceará, e Santo Antônio, em Minas, também estranharam suas ausências na lista de 2012. Há diversos outros exemplos pelo país.

'O Inep está nos informando que não tenho metade de meus alunos no Enem 2012. Minha turma era de 40 e os 40 fizeram.Tenho a nota de 30 deles. Em 2011, eles nos enviaram um e-mail para conferir os dados. Adoramos o procedimento. Este ano, preventivamente, escrevemos para lá oferecendo o nome de todos os alunos e os respectivos CPFs para antecipar soluções. Eles recusaram a asseguraram que não precisava', relata Marcelo Rangel, coordenador de ensino médio do GayLusssac.

A explicação pode estar em um erro na contabilização do número de estudantes que fizeram o Enem. Em 2012, Santo Agostinho e Andrews também não haviam recebido as notas do Enem 2011 sob a justificativa de que menos de 50% dos alunos concluintes fizeram a prova. Dirigentes dos dois colégios comemoraram a volta ao top 10 e disseram que o Inep corrigiu o resultado do ano passado posteriormente.

O Santo Agostinho ficou com o segundo e o terceiro lugares, respectivamente com as unidades do Novo Leblon e do Leblon. Coordenador do ensino médio do colégio, Evaldo José Palatinsk foi cauteloso ao analisar aos dados.

'Não pautamos nossa filosofia pelo Enem. Essa informação é apenas mais um instrumento que nos ajuda a fazer uma avaliação integral da escolas e dos alunos. Afinal, nossa visão vai muito além disso, com prioridades como nível do corpo docente e infraestrutura. As famílias devem usar o desempenho do Enem como referência, mas não podem classificar uma escola apenas pela nota. Não tratamos nossa escola como cursinho de adestramento para o Enem. Nossa formação é bem mais abrangente', disse Palatinsk.

No Enem 2010, o Santo Agostinho do Novo Leblon havia ficado em terceiro lugar no Rio, e o do Leblon, em quinto. Palatinsk explica que a ausência da nota no Enem 2011 foi retificada pelo Inep somente há dois meses:

'Houve um problema na computação dos dados pelo Inep, que acabou nos passando o resultado apenas em agosto deste ano. Quando fazemos o Censo no colégio, repassamos os dados para a Secretaria de Estado de Educação que, por sua vez, repassa ao Inep, por meio de uma empresa terceirizada. Houve um confronto de sistemas que impediu que as informações referentes à nossa escola fossem computadas'.

Quarto colocado do Rio no Enem 2010, o Andrews ficou em sétimo lugar este ano. Coordenadora pedagógica de ensino médio do colégio, Betriz Miné celebra a volta da escola à elite do ranking, mas com ponderações.

'É bom estar entre os dez melhores, mas seria bem melhor se pudéssemos avaliar mais detalhadamente o resultado. Para nós, é bom ter a certeza de que estamos desenvolvendo um bom trabalho e para os alunos. Mas pedimos ao Inep para ter acesso aos microdados e não apenas à média. A Uerj, por exemplo, nos dá um resultado por questão. Assim sabemos onde podemos melhorar', compara Beatriz.

Ano passado, a escola ficou sem nota porque, segundo ela, dos 38 estudantes do Andrews que fizeram o Enem 2011 apenas cinco constavam no sistema do Inep. Beatriz ressalta que o órgão retificou o resultado posteriormente:

'Mandamos a relação com CPF de todos estudantes que haviam feito a prova, eles acharam a nota dos 33 alunos que faltavam e corrigiram o erro.
Já o Santo Inácio, que ficou na terceira posição do Rio no Enem 2011 e na nona do Enem 2010, não recebeu a média do Enem 2012. De acordo com nota oficial publicada pela direção no site do colégio, 233 alunos fizeram a prova ano passado. Apenas um dos 234 dos concluintes do ensino médio não fez o exame em 2012, segundo a assessoria de imprensa.

“Ao constatar, hoje (ontem), que o Colégio Santo Inácio não aparece na relação de escolas cujos alunos estavam inscritos no Enem em 2012, será solicitada ao Inep a verificação da lista, além da correção dos dados”, diz a nota.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Inep informou que as escolas que não estão na lista divulgada não atendem os critérios de divulgação. Segundo a nota técnica divulgada pelo órgão, “para o cálculo da proficiência média, em cada uma das provas objetivas e da redação, foram consideradas apenas as unidades escolares que tiveram, concomitantemente”: no mínimo 10 participantes do Enem 2012 e pelo menos 50% de estudantes no exame. As duas condições são baseadas no número de alunos matriculados nos anos finais do ensino médio declarados ao Censo Escolar 2012 e na quantidade de candidatos que fizeram as quatro provas objetivas e a redação.

O Inep acrescenta que os dirigentes das unidades escolares podem apresentar requerimento para reexame do cálculo das proficiências médias junto ao órgão até dez dias após a data de divulgação Os casos serão avaliados individualmente pela área técnica do Inep.

Fonte: O Globo
Foto: Reprodução/ Internet

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