quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Foto:Divulgação
Para uma Aeronáutica que trabalha em meio expediente, para poupar os gastos com o rancho da tropa, o baixo custo operacional foi um dos fatores decisivos para a escolha do caça sueco Gripen NG (Saab). Por ser monomotor e dispensar o sistema de pós-combustão para atingir a velocidade supersônica, a chamada capacidade supercruise, a aeronave tem um gasto com a hora-voo significativamente inferior ao do caça americano F-18 e do francês Rafale, que também disputavam a concorrência.
Outro ponto importante foi a transferência de tecnologia. O projeto chegará com um software básico, permitindo que a indústria local introduza no coração do sistema da aeronave elementos que garantam a integração de armamentos nacionais e outras tecnologias. O Brasil poderá, ainda, sair da condição de comprador para fornecedor do caça para o mercado internacional. Já é assim, por exemplo, com os caminhões da sueca Scania, cuja filial brasileira já exporta mais unidades do que a matriz europeia.
O Gripen sempre foi o avião preferido da Aeronáutica. João Roberto Martins Filho, ex-presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED) e especialista em estratégia militar da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), explicou que a nova geração do caça (NG), ainda em fase experimental, está num estágio que permite ao Brasil o desenvolvimento das aeronaves junto com os suecos:
— Os militares já se manifestaram a favor (dos suecos) após o Lula dizer ao Sarkozy que compraria as aeronaves francesas. Havia uma tendência desde então em optar pelo Gripen. Um outro ponto a destacar é que, com a escolha, a presidente Dilma deixa uma marca própria, de não dependência total da França nas duas maiores compras de tecnologia militar das últimas décadas no país — disse, citando, além da aquisição dos caças suecos, o projeto de construção do submarino nuclear, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o então colega francês Nicolas Sarkozy em 2009.
Além da Embraer, que deverá montar o avião, outras empresas nacionais também estarão envolvidas no projeto, como fabricantes de sistema aviônicos (equipamentos eletrônicos para aeronaves), de estruturas e de armamentos — bombas e mísseis.

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