Há meses sem fazer declarações públicas, o homem que revelou a espionagem em massa do governo americano reapareceu ontem numa sessão de perguntas e respostas em tempo real promovida pela página freesnowden.is. Na conversa com internautas, o ex-técnico da CIA Edward Snowden afirmou que gostaria de voltar aos Estados Unidos, mas que não acredita que receberia um julgamento justo até que haja alterações na legislação do país.
“É especialmente frustrante porque significa que não há oportunidade de um julgamento justo e não tenho como voltar para casa e me defender ante um júri”, escreveu Snowden, que continua com um asilo temporário na Rússia.
Snowden foi questionado pelos internautas sobre em que condições voltaria aos EUA, onde é acusado de espionagem pela revelação de uma série de documentos sigilosos sobre os programas de monitoramento em massa da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês). “Acho que voltar aos EUA seria a melhor solução para o governo, o público e para mim, mas, infelizmente, isso é impossível, porque as leis que protegem os informantes não se aplicam aos consultores de segurança, como eu”, explicou. “Talvez quando o Congresso decidir acabar com os programas (de espionagem)”.
Em outro desdobramento da vigilância americana, o Departamento de Justiça dos EUA acusou de fraude a empresa que investigou os antecedentes e aprovou a contratação de Snowden na NSA.
Num documento entregue anteontem a um tribunal, o Departamento de Justiça americano afirmou que a companhia United States Investigations Services (Usis), contratada pelo governo desde 1996 para revisar os antecedentes de candidatos a cargos nas agências federais, apropriou-se indevidamente de milhões de dólares do governo mediante investigações irregulares de antecedentes.
A empresa teria dado seu aval a 665 mil revisões que não tinham sido concluídas. O número equivale a 40% dos casos que a companhia enviou ao governo entre março de 2008 e setembro de 2012.
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