segunda-feira, 19 de maio de 2014

Ônibus de Belém já circulam com tarifa a R$ 2,40

Começa a valer hoje a nova tarifa de R$ 2,40 para o transporte público de Belém, homologada pelo prefeito Zenaldo Coutinho. O antigo valor da passagem de ônibus, de R$ 2,20, foi reajustado em 9,09%, percentual abaixo da inflação, de 11% apurada nos últimos dois anos - período em que o preço da passagem ficou congelado. 
O transporte para o distrito do Mosqueiro também teve reajuste, de 8,3%, saltando de R$ 3,60 para R$ 3,90. Já a tarifa do transporte fluvial para Cotijuba, de segunda a sexta-feira, segue o mesmo aumento praticado pelas linhas urbanas de Belém, ou seja, salta de R$ 2,20 para R$ 2,40. Aos sábados, domingos e feriados a passagem passa de R$ 4,40 para R$ 4,80.
Em virtude do reajuste ter sido homologado pelo prefeito Zenaldo Coutinho durante o final de semana, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), em parceria com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setrans-Bel), vai flexibilizar o preço da passagem no primeiro dia da mudança, ou seja: os usuários do transporte público que estiverem com o dinheiro contado para o deslocamento ainda com a passagem antiga, poderão pagar R$ 2,20 pela condução. 
Segundo explica a superintendente da Semob, Maisa Tobias, o aumento homologado pelo prefeito, de 9% em Belém e 8,3% em Mosqueiro, foi menor do que o aprovado no Conselho (R$ 2,43) em função da redução da taxa de gerenciamento da Semob de 2%  para 1%. Segundo ela, esta taxa representa o valor repassado à prefeitura para gestão do sistema e fiscalização dos coletivos. “Ao abrir mão de 1% da taxa de gerenciamento, é como se a prefeitura estivesse subsidiando parte da passagem para os usuários. Com o valor de R$ 2,40 o troco também fica mais fácil e a gente consegue o mínimo de reajuste que seria possível”, diz.
Ainda de acordo com a superintendente, a nova tarifa está atrelada a um plano de investimentos que serão realizados no transporte coletivo.”O aumento de vinte centavos vem também com uma série de compromissos junto ao sistema de transporte público. Um deles é o investimento em acessibilidade, já que a partir de agora todos os coletivos cadastrados terão que ter o elevador para portadores de necessidades especiais de fábrica, e os atuais devem se adaptar até dezembro deste ano. Os novos ônibus deverão ter também sistema de câmeras e GPS, e a Semob, em parceria com o Setransbel, terá um centro de controle operacional que irá verificar queima de paradas e cumprimento de horários dos coletivos”, esclareceu Maísa Tobias.
Outro compromisso assumido pela Semob e pelo Setransbel é a revitalização de 100 abrigos de ônibus nos principais corredores de transporte público. Em breve serão licitados 400 novos abrigos. “Teremos também, em 60 dias, um plano de manutenção corretiva e preventiva para os coletivos, que deverá ser entregue pelas empresas por linha. Isso evitará ônibus quebrados ou pegando fogo por aí, como infelizmente vemos hoje”, afirmou Maisa. 
Ela destaca que regulamentará um sistema para substituição e implementação de nova frota até dezembro de 2014. Maisa destaca ainda que a superintendência já possui um convênio com o Sest-Senat para qualificar mil cobradores e motoristas até o final do ano, inclusive com capacitação em relações humanas. 

Avaliação

Conforme avalia o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), Roberto Sena, não havia mais como segurar o aumento. “Foram dois aumentos relevantes: combustível, que subiu 25% nos dois últimos anos, e a despesa de pessoal, que se elevou muito com dois aumentos para os rodoviários”, disse ele, frisando que, em termos de custos, o aumento foi maior do que o reajuste no preço das passagens. Ainda segundo Sena, o gasto mensal do trabalhador com passagens de ônibus sobe dos atuais R$ 105 para R$ 115, ou seja, o impacto se eleva de 14,5% para 16%. 
Ele lembra que a meia-passagem paga por estudantes será de R$ 1,20. “Qualquer reajuste é preocupante, por conta do efeito dominó que causa. Temos que trabalhar no sentido de melhorar este transporte e ter um equilíbrio da frota. Não basta dar o reajuste e sim acompanhar a melhoria”, asseverou. Ele afirma ainda que, mesmo com o aumento, Belém continuará com uma das tarifas mais baixas entre as 27 capitais brasileiras. 

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