sexta-feira, 16 de maio de 2014

Polícia Civil do Pará transfere a Belém líderes de organização criminosa presos em São Paulo

Clenivaldo, Antonio, Francisca e Ducilene: presos
Clenivaldo, Antonio, Francisca e Ducilene: presos

A Polícia Civil do Pará apresentou, nesta quinta-feira, 15, na sede da Delegacia-Geral, em Belém, quatro presos apontados como líderes da organização criminosa desmantelada na capital de São Paulo, no início da semana, durante a operação denominada “Leviatã”, coordenada pela Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos (DPRCT). Os presos são Ducilene Alves da Silva, conhecida como Duci, Flor ou Miojo; Clenivaldo Dantas de Oliveira, conhecido como Leone, Léo ou Cantor; Antônio Jair Amaro da Silva, de apelido Jota, e Francisca Silva de Araújo, conhecida como Chica. A apresentação foi presidida pelo delegado-geral, Rilmar Firmino; pela delegada-geral adjunta, Christiane Ferreira; pela diretora de Polícia Especializada, delegada Ione Coelho; e pelos delegados da DPRCT, Beatriz Siliveira e Samuelson Igaki.
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Estiveram ainda presentes policiais civis da DPRCT e do Grupo de Pronto-Emprego (GPE), sob comando do investigador Eric Cavalcante, que também participaram da operação policial, para cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão, na capital paulista. Além dos presos, foram apresentados objetos apreendidos com a organização criminosa, como travadores de cartões magnéticos; diversos cartões bancários; máquinas de acesso ao sistema POS usadas para leitura de cartões de crédito e de débito bancário; unidade de central telefônica do tipo 0800; fones de ouvido; cheques pré-datados, anotações de valores arrecadados no esquema, entre outros objetos usados no crime.
"Chupa-Cabras"
"Chupa-Cabras"
Conforme o delegado Samuelson Igaki, a Polícia Civil apurou que os golpistas chegavam a aferir R$ 70 mil por dia. A organização atuava em todos os Estados da federação. As investigações mostraram que a organização criminosa atuava com o uso do equipamento eletrônico “ATM Card Skimming”, conhecido popularmente como “chupa-cabras”, usado para copiar os dados de cartões magnéticos de clientes de bancos. Só em Belém, pelo menos, nove vítimas denunciaram a ação dos bandidos, conforme detalha a delegada Beatriz Silveira. 
Dos dez presos em São Paulo e Minas Gerais, quatro deles tiveram autorização para serem transferidos a Belém. Eles são apontados como os líderes do grupo. Clenivaldo, de 37 anos, é cantor de uma banda de forró de São Paulo. Ele é apontado como a pessoa que “lavava” o dinheiro do golpe na banda, em uma casa de shows e no salão de beleza de sua propriedade. As duas mulheres presas eram responsáveis em comandar a falsa central telefônica, em um condomínio de luxo, na zona norte de São Paulo. Já Antônio Jair era quem arregimentava pessoas, chamadas de soldados, para irem a outros Estados e ainda conseguia contas bancárias para receber as transferências e depósitos dos valores desviados das contas das vítimas. Ele foi preso em Minas Gerais. 
Apetrechos usados no crime
Apetrechos usados no crime
O GOLPE A delegada Beatriz salienta que a quadrilha atuava há cerca de sete anos no crime e que a Polícia Civil do Pará já a investigava há dois anos, porém o trabalho investigativo foi intensificado nos últimos sete meses. A Operação Leviatã investigou esquema de subtração de valores desviados de contas bancárias de clientes. As vítimas, ao usarem um caixa de auto atendimento bancário tinham o cartão retido por um dispositivo instalado por integrantes da organização, conhecido por “boquinha”, uma espécie de trava. Uma pessoa, geralmente, uma mulher bem vestida se aproximava da vítima e oferecia ajuda.
Usando um telefone celular, a golpista telefonava para um falso número de serviço de atendimento ao cliente, do tipo “0800” ou “4004”. Para dar veracidade, um adesivo com um falso telefone da central era colado sobre um folder (informativo) do banco e repassado ao cliente. Ao ligarem para a falsa central, as vítimas ouviam a mesma música de fundo do serviço telefônico do banco, usada na espera da chamada telefônica. No golpe, uma pessoa que se identificava como Fernanda se passava como funcionária do SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) do banco.
Durante o contato telefônico, a golpista convencia as vítimas a informar os dados pessoais, como nome, CPF, agência, conta-corrente e as senhas numéricas e alfabéticas que eram usadas em saques, transferências e empréstimos. “Constatamos que a Central da fraude estava localizada na capital do Estado de São Paulo. Já identificamos vítimas nos Estados do Pará, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Piauí e municípios do interior de São Paulo, onde sempre ligavam para a Central localizada na capital paulista”, detalha o delegado. Segundo ele, as investigações já constataram que os suspeitos estiveram em Belém, em 2013, onde praticaram diversos golpes. “Eles já passaram por auto de reconhecimento, por fotografia, no momento em que realizavam os saques nos terminais de autoatendimento”, salienta. 
Ubiratan e Débora (alto); Joaquim, Márcia e Rosemeire (abaixo)
Ubiratan e Débora (alto); Joaquim, Márcia e Rosemeire (abaixo)
OUTROS PRESOS Ainda, conforme o delegado, os outros presos, na capital paulista, por envolvimento no esquema são Joaquim Esmeraldo da Silva, de apelidos “Ceará” ou “Cabeção”; Débora Rodrigues Cruz; Ubiratan Pereira de Araújo, de apelido “Barba”; Márcia Oliveira das Graças e Rosemeire de Jesus Pires Costa.
A presa Débora foi reconhecida por vítimas em Belém. As investigações mostraram que os valores obtidos chegaram a ser gastos, em um só dia, com joias em uma joalheria, sediada em um shopping center de São Paulo. 
Na capital paulista, a operação policial contou com apoio de policiais civis do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo e Assalto), sob coordenação do delegado Artur Gian. Ao todo, oito policiais civis do Pará atuaram na operação. As investigações sobre a organização criminosa irão prosseguir.

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