Tóquio - Um tribunal japonês decidiu libertar um homem que estava no corredor da morte há 46 anos em um caso de grande repercussão com base em novas provas de DNA.
O Tribunal Distrital de Shizuoka suspendeu nesta quinta-feira a sentença de morte de Iwao Hakamada, de 78 anos, e ordenou sua libertação após 48 anos atrás das grades. O Guinness World Records lista ele como o mais velho prisioneiro no corredor da morte.
O tribunal disse que análises de DNA obtidas por seus advogados sugerem que investigadores fabricaram provas. Foi ordenado um novo julgamento.
A decisão ressalta os muito criticados interrogatórios fechados no Japão que dependem fortemente de autoconfissão.
Detido em 1966 e condenado ao enforcamento dois anos mais tarde, Hakamada permaneceu no corredor da morte durante quase meio século. Funcionário de uma fábrica processadora de soja e ex-boxeador profissional, Hakamada teria assassinado seu patrão, a mulher do empresário e os dois filhos do casal, além de ter ateado fogo na casa da família.
Nos últimos anos, surgiram novos elementos sobre o crime, incluindo exames de DNA negativos que provariam a inocência de Hakamada, que sempre negou os assassinatos.
Após sua detenção, Hakamada assinou uma declaração admitindo o crime, mas afirma que foi sob coação policial.
A última execução no Japão ocorreu em dezembro passado e hoje há 129 detentos no corredor da morte, segundo o ministério da Justiça.
Japão e Estados Unidos são as únicas sociedades democráticas industrializadas do planeta que ainda aplicam a pena de morte.
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