Na tentativa de evitar perdas bilionárias na disputa sobre a constitucionalidade dos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990 (Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II), os bancos ofereceram ao Supremo Tribunal Federal (STF) o que definem como uma “saída honrosa” para que a corte não se posicione contra os pequenos poupadores, nem desestabilize o sistema financeiro nacional.
A proposta é que apenas um pequeno grupo de correntistas seja beneficiado. Apenas quem sacou os recursos depositados nos primeiros quatro meses de vigência desses planos teve prejuízo, segundo a avaliação de fontes graduadas do setor. Quem manteve o dinheiro aplicado não sentiu o impacto, de acordo com essa avaliação. O argumento foi descrito num memorial enviado ao Supremo.
— É a nossa segunda opção (a primeira é declarar que os poupadores não têm direito à correção) e me parece que um ou outro ministro que ouviu a proposta mostrou simpatia — afirmou um executivo do setor financeiro.
Se os ministros concordarem com a tese, o rombo nos bancos seria bem menor do que os R$ 150 bilhões estimados por eles. Os bancos não divulgam, porém, qual seria o tamanho da fatura se o STF aceitasse o acordo e decidisse que os planos foram constitucionais, mas que não poderiam ter dado prejuízo aos poupadores. Com a decisão, um outro problema seria evitado: um abalo na confiança dos investidores internacionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário